Tempos difíceis esses que vivemos. Tempos de
extremos e intolerâncias. Em algumas situações o imediatismo frívolo suplanta um
mínimo de razão. Precisamos quebrar alguns paradigmas e um exemplo é, justamente,
o conteúdo das informações.
Vivemos numa Era de instantâneos e espetáculos
bestiais. As guerras são transmitidas ao vivo. Estamos a um clique da
informação em tempo real.
Nesse contexto o jornalismo é um componente
fundamental.
Nem tudo são horrores nesse circo. Há um acordo,
não registrado em cartório, no meio jornalístico para que o suicídio não seja noticiado.
Perfeitamente explicado para que a veiculação da notícia não seja incentivo
para potenciais suicidas. Pelo que consta, na Europa, quando um engraçadinho
invade o campo de futebol, as televisões não transmitem as imagens do delinquente
desportista. Assim, outros possíveis invasores saberão que não terão os
minutinhos de fama global.
O que temos hoje nos noticiários? Há um predomínio
da violência e do terrorismo.
Fiz uma breve busca na web e selecionei alguns
dados sobre o terror praticado recentemente. O número ao lado de cada país
representa a quantidade mortes: Iraque [308], Síria [184], Afeganistão [64],
Paquistão [72], EUA [49], Turquia [44], França [84] e Alemanha [22].
Penso que os meios de comunicação e suas
representações deveriam discutir melhor como dar essas informações. Talvez com
menos “espetacularismo”, menos imagens chocantes e menos horário nobre. Uma
notícia mais protocolar do que essa midiática, quase uma apologia ao terror e à
barbárie. É essa a discussão a ser tratada doravante. E com urgência. Acho que
é justamente isso que as organizações terroristas almejam: o instantâneo
global.
Essas notícias de violência disseminada e terror ao
alcance do jardim nos enclausuram nas nossas próprias residências e nos fazem
pensar duas vezes antes de pegar o carro para curtir um cineminha ou um jantar
italiano na Quarta Colônia. Há um tique-taque de uma bomba prestes a explodir
no inconsciente.
Encerro com os versos da música “Canto dos livres”
do saudoso Cenair Maicá: “Quisera um dia cantar com o povo. Um canto simples de
amor e verdade. Que não falasse em misérias nem guerras. Nem precisasse clamar
liberdade”. Porque o mundo pode ser diferente.
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