DA
IMPRENSA
Deveras
não é simples o debate do tema e nem pretendo me arvorar na condição de
certeiro apreciador da questão, mas apenas expressar uma opinião como qualquer
um do povo. Na vida tudo tem limites e
nada no mundo da nossa realidade cognitiva é infinito, a não ser nosso
desconhecimento do que seja o próprio infinito. Assim, podemos dizer que a
imprensa constitucionalmente livre é necessária, mas não sem limites, como tudo
na vida costuma ter. Constitucionalmente livre apesar de nem todos poderem
avaliá-la em toda a sua pretensão (dela). Muitas vezes ela não está a difundir
a opinião livre, mas produzindo a opinião nos rumos em que investe. A imprensa
em todas as suas conotações há que não ser partidária radicalmente, como acontece
de ser, modificando a verdade, imputando ideologias e defendendo políticas de
partidos em consonância com interesses também financeiros. Muitas vezes esconde
a verdade ou a transforma. E quando quer ou precisa, como "negócio"
que não deixa de ser, dispara sua artilharia pretendendo alcançar a
independência interior de um segmento populacional. Basta uma semana de
bombardeio prejulgado para trazer à tona o "espetáculo", que é o que vende. Desde então, reputações
inteiras ou ideias podem ser destruídas por completo. Como não regulamentar
isso? É comum nos noticiários nacionais a colocação do termo
"suposto", para que se eximam da responsabilidade. Mas também é de
fácil suposição que a notícia se pressupõe na cabeça dos leitores e aí o
prejuízo já está causado. Nos EUA ocorre, em vários casos, de não ser o réu
fotografado em suas idas ao júri criminal, sendo permitido o desenho gráfico
das pessoas envolvidas como cautela para uma possível absolvição. Essa expressão
"regulamentar", a qual gera uma pseudo fobia aos mercadores de ideias
ou até mesmo aos
mais desavisados, não significa cercear, mas organizar de
acordo com uma realidade constitucional, relações em sociedade. Quanto maior a
universalidade da imunidade menos eficiente o poder do leitor para julgar ou
votar. O jornal trouxe a extinção do livro para uma boa parte da camada
populacional mais carente, como se diz por aí, e por isso a necessidade maior
de seu compromisso com a autenticidade. É da natureza do homem o comprar e
vender. Daí porque todo contrato, como toda imprensa que gira no mundo negocial
devem ser regulamentados. E isto diminuiria a assustadora seleção da crítica e
do pensamento que às vezes e sem razão é imposta às camadas mais desfavorecidas
e até às que melhor se situam, porém em estado de distração. Ou então, em sentido
contrário, a consequente forma de proceder irá competir com a Democracia que em
muitas oportunidades poderá não prevalecer em sua verdadeira e substancial
essência. A Imprensa deve ser livre e responsável, assim como eivada com o
compromisso de tentar fazer prevalecer a verdade. Portanto, a ela não se pode
conceder o chicote da pretensa imunidade sob o falso argumento da sua
liberdade. O mundo para verdadeiramente ser livre não deve ser submetido dessa
forma muitas vezes cruel, arrogante e autoritária que surge não apenas da
censura ilícita, mas também de interesses que podem vir a ser escusos, dos
proprietários de periódicos ou de grandes conglomerados jornalísticos. Liberdade maior deve ter o povo para pensar e
decidir de acordo com a lógica não violada das coisas.
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