PAPAI NOEL DE CHOCOLATE
É quase Natal e,
gentilmente, eu ganho um presente de duas alunas em agradecimento à orientação
do trabalho monográfico, após a banca de apresentação. Até aí, tudo bem.
Mas quando chego
em casa, abro o embrulho e me deparo com uma bela caixa de papelão escrito
“Magia”, contendo um Papai Noel de chocolate. Achei o velhinho tão bonitinho e
simpático, segurando o seu habitual saco de presentes. Meio sem querer
acreditar em seu destino, fui logo pensando: como vou comer esse Papai Noel? A
minha reação foi instantânea: não tenho coragem.
Deixo-o no centro
da mesa de jantar e, em todas as refeições, me vem a mesma interrogação: como
ter coragem de comê-lo?
Imagino a trágica
cena e sinto-me como o lobo mau devorando a vovozinha.
Porém, mais dia,
menos dia, isso terá de acontecer. E então não saberei por onde começar. Se
pelos pés, se pela cabeça... Ai meu Deus, que suplício!
Não.
Definitivamente, não farei isso. Posso até ser castigada e não receber sua
visita, ficando sem presente algum ao deixar meu sapato na janela, na Noite de
Luz.
Decido então
colocá-lo na minha estante e esperar o Natal passar. Se meus pedidos forem
realizados, volto a pensar (ou não) no assunto.
Nesse meio tempo,
fica o meu apelo às empresas fabricantes de chocolates e outras gostosuras que,
por piedade de causa, não fabriquem Papai Noel e Coelhinho da Páscoa de
chocolate ou bolo de aniversário com foto comestível. Isso poderá trazer uma
grande crise de consciência na hora de devorá-los. Afinal, se você gosta tanto
de alguém, espera que esse alguém lhe traga um presente ou quer parabenizá-lo
por existir etc. e tal, como gulosamente devorá-lo?
E lá está meu
Papai Noel na estante de bibelôs.
Data de validade:
fevereiro de 2014.
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