PAPO MARGINAL OU NECROLÓGIO ÀS AVESSAS DE UM
MALANDRO DA ANTIGA.
Mané abotoou o
paletó. Tinha uma diferença pra tirar cum os home por causa de um banho que deu
numa parada errada. Pensou que tava dixavando. Só que a estória do berro que ia
usar mixou e ainda tomou um balão apagado. Medrou. Pior que baratinado, jogou um
xaveco, levou uma dura e deu o serviço. Depois que o pássaro cantou se meteu
numa confa, tirou uma xinfra, tomou um sarrafo e quase levou um teco. Muito
antes tinha sido um babaquara e vacilão. Andava sem babilac, portava trabuco
mas num tinha ameixa e sempre fugindo do meganha. Na ronda não passava de um
galo. Cansou de dar bandeira quando ia afanar. Vivia gamado e cheio de atraso
por bandida de tabaca bonita, mas na hora de trocar o óleo só arregava bafo com
papo de araque, aí se mandava pro samba da Vila pra colar com jaburu. Pura
forçação de barra. Mas conseguiu, na noturna, uma vagaba bacana que perdeu pra
curriola. Dançou porque gostava de um bordejo e só andava com as mina da boca
marcando presença, nunca dando adianto pra ninguém. Não era de truta. E se
fosse apertado logo batia a língua sem arriar cascata pra se dar bem. Nunca foi
da política e por isso tomou chute quando esteve na tranca. No bolso só
micharia de dar pena ao cana na hora da geral. De uma fase pro fim já andava
morgado e churreado. Fumava simidão e pedia as vinte na maior. Um dia ganhou na
loteca, comprou uma máquina e turbinou uma banca. Tava mais que manjado, levou
chumbo na luneta e morreu com a burra cheia. Mané era um Zé otário. Morô... meu
chapa! Mas enquanto viveu... curtiu o maior barato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário