sábado, 28 de novembro de 2015

CASSINOS - Crônica de Marcelo Meira (Rio de Janeiro, RJ).

CASSINOS


Alguns lugares são tão emocionantes e fazem a adrenalina se instalar, assim como certas pessoas derramam carisma por todos seus poros. Imagine uma aldeia no deserto que com o tempo passou a sediar um dos locais mais atraentes e instigantes do mundo. Pense num festival de luzes que ilumina ou cintila; crupiês, jogadores e bookmakers; chamarizes, recolhedores de fichas, mesas e máquinas; oxigenação central que injeta ar na medida proporcional do avanço do cansaço, o qual aumenta com o cair da noite, cuja finalidade é revigorar apostadores. Imagine gerentes andando nervosos para lá e para cá e câmeras instaladas por toda a parte. Imagine mais, dinheiro e mulheres bonitas chegando de todos os países do mundo e que se atraem como imãs. Lembre ainda, de banqueiros e dos que pensam fazer fortunas bem como perdedores que não se conformam; no risco e nos jogos de azar sobrevoados pelo diabo que também frequenta a competição. Na margem que a casa tem em todas as paradas e no sangue que fervilha até transbordar logo após o comando que se escuta e se memoriza em seus sonhos ---- "façam seus jogos ... senhores". Julgue a sorte de apostas satânicas ao girar das roletas e moedas tilintando nos caça-níqueis. E cogite da verdade terrível para muitos, que é um sentimento de felicidade maior, ao se ganhar cinco mil dólares em uma aposta do que receber um salário muitas vezes mais expressivo e decorrente de uma atividade laborativa honesta e cotidiana. E se amanhã continuar a pensar assim, compre uma passagem e voe para Las Vegas. Mas nunca se esqueça de que por lá não transitam apenas mulheres sedutoras e ganhadores beneficiados pelo destino. Considere que os demônios também habitam cassinos. Ah! Sim... e boa sorte nas paradas em que entrar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário