REFLEXÃO
Era uma vez um
satélite que girava em torno da terra. E depois uma história que não acabou
porque não tinha fim. Foi assim, de passo a passo, remarcado, que lembrei de ti
- inundação sempre presente. Veio a noite e o instante delirante não se
construiu. Um menino jogava bola no quintal ao lado. Abri os braços para o mar
em direção aos lugares do céu. Tudo imensidão! Penetrei no labirinto e cantei a
canção do Minotauro. Grécia perambulante, adormeci nos braços do continente.
Fazia frio, muito frio - meu coração envolto em um cobertor estava só,
extremamente só. Desatinos libertinos, alvissareiros, procuravam rimas e não
encontravam pares. Foi quando surgiu uma estrela no céu deserto e quase ninguém
viu. Achei desde então que era tudo muito belo. O desencontro, a procura, o
encontro. Era! Tirei a fotografia da luz e fiz a revelação nas trevas. Tudo
tinha sentido, tudo tem. Irregular o formato da bica que pinga o barulho
eternidade. Continuei a correr os rios de setembro, com a diferença da
motivação maior que me invadiu. Foi aí que verifiquei que estava lúcido,
impressionantemente lúcido e dizia tudo isto por que tenho apenas a dizer que a
vi. Tu corrias de braços abertos e tuas vestes esvoaçavam levemente. Fazia um
vento medido para a ocasião. Eras muito bela, de uma postura inconfundível. Tua
imagem se aproximava e me preenchia uma sensação de calma. Só então percebi que
tu sorrias, mas eu sonhava!
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