A PRECIPITADA
Como começava um
período de experiência num novo trabalho, deu segmento à ideia de comprar uma
televisão, à prestação. Mas, da loja não tinha como levar a televisão para
casa, pois andava de ônibus.
Pediu então à
colega de serviço que tinha um irmão que tinha um carro que a ajudasse a levar
a televisão para casa.
Os irmãos foram
com ela até à loja e de lá, com a televisão no carro apertado, até o bairro
afastado em que ela morava.
Depois, em casa,
ela notou que faltava na sua bolsa uma nota de dez reais. Lembrou-se de que, na
situação de entrar e sair com a TV do carro, não reparara na sua bolsa. Achou
então que a amiga, com a oportunidade que se fizera, roubara sua nota − talvez
até combinada com o irmão.
No outro dia, no
emprego, já chegou contando como tinha sido roubada.
A colega acusada
era antiga funcionária da firma, de vida muito sofrida, quase sem oportunidade
de ajudar as pessoas mais pobres que ela. Como os outros, assustou-se com a
forma com que fora agradecido o favor que fizera.
A diretora da firma
achou por bem que a nova funcionária não cumprisse todo o período de
experiência. Dispensou-a, sem nem se interessar em como ela se arranjaria com
as prestações que assumira na compra da TV.
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