segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A PRECIPITADA - Conto de M. Luiza Bueno Benevides ( Brasília-DF)

A PRECIPITADA

Como começava um período de experiência num novo trabalho, deu segmento à ideia de comprar uma televisão, à prestação. Mas, da loja não tinha como levar a televisão para casa, pois andava de ônibus.
Pediu então à colega de serviço que tinha um irmão que tinha um carro que a ajudasse a levar a televisão para casa.
Os irmãos foram com ela até à loja e de lá, com a televisão no carro apertado, até o bairro afastado em que ela morava.
Depois, em casa, ela notou que faltava na sua bolsa uma nota de dez reais. Lembrou-se de que, na situação de entrar e sair com a TV do carro, não reparara na sua bolsa. Achou então que a amiga, com a oportunidade que se fizera, roubara sua nota − talvez até combinada com o irmão.
No outro dia, no emprego, já chegou contando como tinha sido roubada.
A colega acusada era antiga funcionária da firma, de vida muito sofrida, quase sem oportunidade de ajudar as pessoas mais pobres que ela. Como os outros, assustou-se com a forma com que fora agradecido o favor que fizera.

A diretora da firma achou por bem que a nova funcionária não cumprisse todo o período de experiência. Dispensou-a, sem nem se interessar em como ela se arranjaria com as prestações que assumira na compra da TV.

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